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Tudo começou em Minas. Depois de crescido e de barba na cara, pus-me a viajar. Rio, Sampa, Bahia, Brasília, Recife e Belém do Pará, e construí Itaipu em Foz do Iguaçu e o Ferro Carajás. Já velho de trecho, querendo um desfecho, pensando em parar, fichei numa firma com despesas pagas para Bagdá; e conheci o Irã, estive em Teerã, falei com Aiatolá, que foi com a minha cara e me disse “meu filho, mude-se pra cá. Sujeito barbudo aceito em minha seita, e caras de garrafa eu mando matar”. Pensando num mundo mais civilizado, parti pra Belgrado e quase morro lá. É que explodiram bombas no aeroporto. De outro avião, acenei com a mão e fui pra Berlim. E encontrei o Fritz, velho amigo Fritz, meu anfitrião. E tomei de chope a pampa, comendo salsicha feito um alemão[MS1] . Vocação pro trecho, feito uma navalha cortei pra Itália e avistei o papa, com quem tive um papo. No tema, eu levei uma leve vantagem sobre o grande chefe do povo cristão, que é correr o trecho, já que eu vou por baixo e Sua Santidade só vai de avião. Eu corro o trecho, e corro por baixo, e Sua Santidade só vai de avião. Sua Santidade só vai de avião.

 

Com realidades e fantasias se faz um poeta. De Belo Vale (MG) para o mundo real e/ou fantasioso, este poeta amador, compositor amador e amador amador lança, aos 70 anos, seu livro, pensado num Centro de Terapia Intensiva (CTI), com covid-19, após susto pré-morte. Nele constam casos, ou causos, diria Boldrin, e algumas de suas criações musicais escutáveis através de um QR Code.

[MS1]Temos que ter cuidado com a maneira que expressamos as ideias, pode parecer xenofobia, “feito um alemão”, como se isso caracterizasse os alemães, estereotipasse, os colocasse dentro de uma caixinha. Sugiro, de forma mais amena, “como os alemães o fazem”, “como um típico alemão”, algo assim.

O que ouvi, senti, escrevi. Tá tudo aqui.

R$45,00Preço
  • 978-65-5079-335-7

  • Ailton José de Carvalho

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