A condição de professor de Língua Portuguesa e Literatura,
durante muitos anos, forneceu ao Olivier um painel privilegiado
em relação ao microcosmo escolar por onde passou. Primeiro na
condição de aluno e depois, na de alguém que retornou ao meio,
já como professor.Foi aluno em um tempo no qual a autoridade do professor era inquestionável e, muitas vezes, até arbitrária. No papel de professor, percebeu o status social da profissão em franca erosão.
O olhar diferenciado permitiu-lhe contemplar os dois lados da mesma moeda. A educação formadora de uma geração portadora de valores sociais passou a enfrentar duros golpes. As rápidas mudanças tecnológicas e as alterações constantes das demandas sociais e profissionais tornaram a escola refém de si mesma. As famílias adotaram, quase todas, um processo de “terceirização” do processo educacional dos jovens. O professor precisou se adaptar.
O olhar arguto de professor e a sensibilidade pessoal de eterno aprendiz na escola da vida, juntaram-se à percepção de si mesmo e de seus iguais diante da caminhada desafiadora entre o que se pode ensinar e o que se precisa aprender em tempos atuais.
O Olivier propõe o protagonismo de si mesmo, diante das
velhas questões filosóficas, para quais, segundo ele, as perguntas
é que precisam ser aperfeiçoadas para que as respostas sejam
satisfatórias. Para isso, faz seu relato pessoal em forma de prosa
e poesia, com drama e comédia, para deter a tragédia da solidão
existencial. Enquanto isso, faz um apelo à reflexão do leitor sobre
a grandeza e a finitude da fábrica de sonhos e histórias que somos
todos nós, conscientes disso ou não.
FECHADO PARA BALANÇO MAIS UMA AUTOBIOGRAFIA NÃO AUTORIZADA
OLIVIER ZOROASTRO
14 x 21 cm - 186 páginas